Shows épicos do Rock in Rio 2019

Rock in Rio 2019, Tiozões e Dinossauros do Rock protagonizaram shows épicos e mostraram para a juventude que o rock não tem idade nem limites. Foi a maior demonstração que o rock atravessa gerações e está sempre em boa forma arrebanhando milhares de admiradores e seguidores por este planeta.

Vamos fazer um breve revival desse festival que exala a magia do rock and roll, mudando pessoas e as fazendo buscar horizontes jamais imaginados.

Ao ver os cinquentões Dave Grohl – Foo Fighters, Jack Black – Tenacious D, Andreas Kisser – Sepultura, a galera dos Titãs, Flea e o Anthony Kiedis do Red Hot Chili Peppers, Michel Kiske – Helloween, Tom Araya – Slayer, Scott Ian – Anthrax, Jon Bon Jovi, Dinho Ouro Preto – Capital Inicial, o memorável trio dos Paralamas do sucesso composto por Herbert Viana, Bi Ribeiro e João Barone, dentre outros excelentes músicos presentes nos palcos me impressiono ao ver tanta energia e alegria juntas. Somadas ao indescritível prazer de estar fazendo algo grandioso, levando milhares e milhares de pessoas a emoções diversas traduzidas em lágrimas, sorrisos, abraços, gritos, pulos que geram uma enorme explosão de felicidade.

O rock, mesmo sem o apoio da mídia brasileira, tem seu espaço garantido. Prova que vem crescendo silenciosamente porque é passado de geração em geração, e assim jamais perderá a sua força.

No dia 04 de outubro, o dia do metal – vale abrir um parêntese aqui que foi o primeiro dia a esgotar os ingressos na pré-venda – presenciamos até três gerações na cidade do rock. Vários avós rockeiros de mãos dadas com seus netos adolescentes seguidos pelos pais, vestindo suas camisas pretas, cada um com a estampa da sua banda de preferência. Puxa vida, como é legal ver isso! Como é emocionante ver diversos fãs em lágrimas cantando os hits de maior sucesso de cada banda! Como é arrepiante ver e ouvir um mar de gente interagindo e cantando junto com a banda em um só coral, algo de tocar a alma.

No terceiro parágrafo falei dos Tiozões cinquentões do Rock e agora vou falar dos Dinossauros do Rock – os sexagenários que colocam muita gente nova no bolso, mostrando que estão ali por amor e não por dinheiro.  Já conquistaram tudo na vida, mas estão ali por pura paixão pelo que fazem. Com entregas honestas, sem máscaras, algo verdadeiramente emocionante e impactante de se ver, a ponto de nos tirar o fôlego só de assisti-los correndo de um lado para o outro, sendo o centro das atenções com um domínio de palco inigualável.

Começando por David Coverdale do Whitesnake com 68 anos, firme no vocal entoando os principais hits da banda e levando o público ao delírio. Temos que tirar o chapéu para esse cara.

Aí vem a turma do Iron Maiden que não faz show e sim presenteia o público com um verdadeiro espetáculo. Bruce Dickinson: 61 anos, compositor, piloto comercial, autor, radialista, empreendedor, esgrimista, historiador! Acompanhado pelos guitarristas Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers, os três com 62 anos, pelo baixista e fundador da banda Steve Harris de 63 anos e, por fim, o excelente baterista Nicko McBrain com 67 anos. Esses caras são capazes de fazerem shows inigualáveis, com um cenário que troca a cada música em uma verdadeira viagem pela biografia da banda nos seus 45 anos de carreira.

Enquanto alguns artistas dublam seus shows com playbacks por alegarem não ter como cantar e dançar, Bruce Dickinson corre, pula, encena, troca de roupa a cada música e ainda por cima canta muito! Canta ao vivo, sem playback, com frases rápidas e notas alongadas e no tom original. Falar o quê? Um verdadeiro Front Man com um domínio de palco absurdo em um show que entrou definitivamente para a história do Rock in Rio, digno de uma placa comemorativa na cidade do Rock!

Por fim, um tiranossauro do Rock, que canta da forma original até hoje, que tem um assovio que todo mundo conhece logo nas primeiras notas de “Wind of Change”! Com vocês Klaus Meine de 71 anos, acompanhado por Rudolf Schenker também com 71 anos e Matthias Jabs, 62 anos, foram impecáveis e também levaram o Scorpions a entrar para a galeria dos shows lendários do Rock In Rio.

Com guitarras bem timbradas, solos tecnicamente perfeitos e um carismático vocal, os alemães transformaram a cidade do Rock em um coral único cantando a lendária canção “Still Loving You”, que chegou a arrancar lágrimas nos olhos de Klaus. A banda entrou com uma responsabilidade absurda, pois tocou logo após o showzaço do Iron Maiden, mas os experientes e competentes músicos alemães do Scorpions estavam seguros do que iriam fazer. Dominaram o palco e ganharam o público reverenciando a nossa bandeira, apresentando um show memorável e inesquecível.

Ficou um pouco longo, mas não tinha como resumir tanta coisa boa e surpreendente. Deixo aqui meu agradecimento especial ao Edson Luiz Pereira, o Edimphotoshow que esteve lá com sua câmera profissional registrando esses showzaços lá do meio da plateia, fotos essas que divido com vocês agora.

Então é isso aí, tenha 5, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80 anos, não importa, tenha sempre Rock and Roll no coração e na mente, que a idade será apenas um detalhe.