Eduardo Jr.
Sucesso nos palcos, o musical “Wicked” se transforma em filme, e ganha as telas de cinema como uma grande produção, dirigida por Jon M. Chu (“Podres de Ricos” – 2018). O longa chega ao Brasil com distribuição pela Universal Pictures. A grandiosidade da produção começa pelo orçamento. Foram investidos US$ 145 milhões. Além disso, os figurinos, as cores e as músicas enchem a tela. Assim como as pautas que permeiam a obra, que se situa em um momento anterior à história que conhecemos em “O Mágico de Oz”, filme de 1939.
A adaptação de 2024 se baseia no livro “Wicked”, publicado por Gregory Maguire em 1995 e levado aos palcos da Broadway em 2003. Na telona, a cantora Cynthia Erivo (a Fada Azul de “Pinóquio” (2022) dá vida a Elphaba (a Bruxa Má do Oeste). Ela é uma garota de pele verde convidada a se matricular na Universidade de Shiz por conta de seus poderes. Lá ela conhece Glinda (a Bruxa Boa do Sul), interpretada pela também cantora Ariana Grande (“Não Olhe Para Cima” – 2021).
O encontro de duas garotas tão diferentes vai desfiando na tela assuntos como amizade, manutenção de privilégios, preconceito de cor, princípios morais e ambição. É preciso destacar que Ariana Grande está ótima no papel de Glinda. O público terá a chance de se encantar ou sentir ranço (ou as duas coisas) pela personagem dela.
Cynthia e Ariana criaram personagens que se apresentam com qualidades e defeitos, assim como adolescentes em formação que ainda buscam se posicionar na sociedade e se construírem para a vida adulta. Quando Elphaba é chamada à Cidade de Esmeralda para conhecer o Mágico, figura mais adorada do reino de Oz e representante do poder, as coisas começam a mudar. O contato das duas protagonistas com o célebre mágico coloca em cena revelações e questionamentos.
Até chegar a este momento, as duas aprendizes de feiticeira dividem a tela com as boas atuações de Michelle Yeoh (“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” – 2022), como Madame Morrible; Jonathan Bailey (da série “Bridgerton” – 2020), no papel do príncipe Fiyero; e Jeff Goldblum (“Jurassic World: Domínio” – 2022), interpretando o Mágico de Oz. Jon M. Chu se mantém atento aos elementos do filme de 1939 como, por exemplo, a estrada de tijolos amarelos.
E a história das duas bruxas, que não foi contada com maior clareza em “O Mágico de Oz”, agora encontra espaço no longa de Chu. Tanto espaço que o diretor optou por dividir a trama em dois atos, assim como no musical da Broadway. O segundo será lançado em 26 de novembro do ano que vem.
A trilha sonora de “Wicked” foi composta pelo indicado ao Grammy e ao Oscar, John Powell (responsável também por “Han Solo: Uma História Star Wars” – 2018 e a franquia “Como Treinar o Seu Dragão” – 2010 a 2019) e Stephen Schwartz.
O público que for ao cinema e assistir à versão dublada, ficará mais próximo da montagem brasileira do musical. As atrizes Myra Ruiz e Fabi Bang, que protagonizaram ‘Wicked” nos palcos, foram chamadas para fazerem a dublagem de Elphaba e Glinda. São 2h40 minutos de cenários bem elaborados, canções emocionantes e efeitos bem realizados. O risco é de até quem não gosta de musicais sair enfeitiçado pelo filme.
Ficha técnica
Direção: Jon M. Chu
Produção: Universal Pictures, The Araca Group, Marc Platt Productions
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h40
Classificação: 10 anos
País: EUA
Gêneros: musical, fantasia