O objetivo é ofertar um atendimento multidisciplinar e mais qualidade de vida aos pacientes que tiveram sequelas da doença após a alta hospitalar
Os impactos da COVID-19 na saúde ainda estão sendo estudados, mas nos casos de pacientes internados nas unidades hospitalares já se sabe que as sequelas deixadas pela doença podem comprometer a qualidade de vida. Após um longo período de internação, alguns pacientes podem apresentar comprometimentos cardíacos, respiratórios, neurológicos, musculares e até psiquiátricos, seja de forma leve ou crônica. Seguindo o seu compromisso de oferecer sempre o melhor cuidado e a excelência na qualidade assistencial, a Unimed-BH dá um passo importante e lança para os clientes um novo serviço de Atendimento Pós-COVID-19.
O serviço surgiu após um levantamento feito pela Cooperativa com pacientes diagnosticados com o novo coronavírus que ficaram internados na Rede Unimed-BH. O estudo mostrou que entre as principais sequelas, os pacientes desospitalizados passaram a apresentar dificuldade de deglutição, síndrome do pânico, perda de força, esquecimento, ansiedade, depressão, fraqueza muscular, perda prolongada do olfato e dificuldade para respirar. O levantamento também apontou que as sequelas podem ser de baixa intensidade e circunstanciais ou precisar de tratamento contínuo.
“Para os pacientes que necessitaram de internação hospitalar, muitas vezes a doença não termina na alta. A recuperação pode ser mais complexa devido a possíveis sequelas ou complicações que surgem após a doença, necessitando de cuidados específicos, principalmente nos casos de quadros com histórico de internação mais longa. Como empresa de saúde comprometida com a assistência e com a qualidade de vida dos nossos clientes, o objetivo do Atendimento Pós-COVID-19 é auxiliar essas pessoas que passaram pela hospitalização a recuperarem a saúde de forma integral”, afirma o diretor-presidente da Unimed-BH, Samuel Flam.
Como funciona o Atendimento Pós-COVID-19
Logo após a alta hospitalar, os pacientes que passaram pela internação para tratamento da COVID-19 na rede assistencial Unimed-BH vão receber um contato por mensagem de WhatsApp e gravação telefônica com orientações para o agendamento de uma consulta on-line pós-COVID-19. Os atendimentos serão feitos por uma equipe de médicos especializada, sem a cobrança de coparticipação.
A partir da consulta on-line, o médico responsável pela avaliação do paciente irá preparar um plano de cuidado personalizado, de acordo com a necessidade de cada cliente. Com esse trabalho, o tratamento pode ter continuidade por meio de consultas on-line ou o paciente pode ser direcionado para uma consulta presencial em algum dos ambulatórios da Unimed-BH, com um Clínico ou Generalista. Após o primeiro atendimento presencial, se necessário, o paciente será direcionado para um especialista. Para esse novo serviço da Cooperativa diversas especialidades estarão disponíveis para prestar a melhor assistência.
Fisiatra e cooperada da Unimed-BH reforça a importância da reabilitação
A fisiatra e cooperada da Unimed-BH, Ana Paula Coutinho Fonseca, é especialista em reabilitação e reforça a importância do acompanhamento profissional para tratar as sequelas temporárias ou permanentes deixadas pela COVID-19 em pacientes internados. Segundo ela, nestes casos o importante é identificar essas sequelas e traçar um plano de reabilitação, devolvendo para essas pessoas dignidade e qualidade de vida.
De acordo com a fisiatra, os artigos de revisão mostram que aproximadamente 87% das pessoas infectadas têm incapacidade após um mês da alta e 10% desses ficam com incapacidade após três meses. “Hoje a comunidade médica reconhece essa condição como Síndrome Pós-COVID, ou seja, um conjunto de sequelas e sintomas que podem perdurar por longo tempo, sendo a fadiga, a fraqueza muscular, a dispneia, a dor articular, a dor torácica, o declínio cognitivo, a ansiedade e depressão, os mais comumente relatados”, alerta. Além disso, ela lista algumas doenças que podem estar relacionadas ao acometimento do coronavírus, como é o caso do Acidente Vascular Cerebral (AVC), das neuropatias, da paralisia facial, das miopatias trazendo sarcopenia (falta de força), e das doenças classificadas como Dor Crônica, tornando importante a disseminação desses conhecimentos para que o paciente acometido procure a assistência médica adequada para a condução de seu tratamento.
Outro ponto de alerta, segundo a especialista, é a questão da perda muscular. De acordo com Ana Paula, estudos mostram que a perda de massa muscular que naturalmente ocorre após os 40 anos de idade é em torno de 10% por década, e o que foi observado nos pacientes acometidos pela COVID-19 é que, nos casos graves, essa perda pode ocorrer de forma acelerada, podendo chegar a perdas de 2 a 3% de massa muscular a cada dia de internação no CTI, trazendo uma incapacidade grande na realização das atividades da vida diária e na mobilidade após a alta hospitalar.
“A reabilitação é um processo amplo de tratamento aplicado a pessoas com alguma moléstia incapacitante que visa voltar essa pessoa o mais próximo de sua condição de saúde pré-mórbida, e nesse sentido é fundamental para os pacientes que desenvolvem a Síndrome Pós-COVID, reforça. Para se ter uma ideia da importância da Reabilitação na atualidade, a Organização Mundial de saúde (WHO) lançou como chamado dessa década o slogan: “Reabilitação 2030, a call for action“, com o objetivo de integrar os serviços de reabilitação à cobertura universal de saúde, assegurando assim a todos aqueles que precisam, o acesso à reabilitação de qualidade”, pontua.