Será o que o rock está chegando ao seu fim?
Foi essa indagação que fiz no ano de 2017, quando percebi alguns rumores de que a Gibson, uma das maiores fabricantes de guitarras e violões do mundo iria pedir concordata à justiça americana.
Em 2018, o que era rumor virou realidade. Este lendário gigante que deu uma enorme contribuição a vários estilos de música e principalmente ao rock and roll, estava na lona.
Como um amante dessa marca e admirador de grandes nomes que a usaram como James Hetfield (Metallica), Adrian Smith (Iron Maiden), Noel Gallegher (Oasis), Jimmy Page (Led Zeppelin), Slash (Guns’n’Roses), Dave Grohl (Foo Fighters), George Harrison (The Beatles), Keith Richards (Rolling Stones), Angus Young (AC/DC), o lendário B.B. King dentre outros inúmeros competentes e virtuosos guitarristas, convido vocês a me acompanharem em uma reflexão: os jovens de hoje não são mais como os das décadas de 60 a 90 que queriam aprender a tocar um instrumento, considerando todo esforço a longo prazo.
No passado, o jovem já tinha a consciência de que para se tornar um instrumentista diferenciado era preciso, além de talento, muita disciplina. Para esse sucesso se tornar possível são horas e horas de estudo, treino e dedicação. E aí sim, começa a busca a um lugar ao sol no mundo da música.
Hoje os jovens são mais imediatistas, querem resultados em uma velocidade alucinante, acompanhando o mundo cibernético que os cerca; e para tal, os estudos de longo prazo estão ficando cada vez mais de lado.
No mundo em que vivemos, ser um Youtuber, um Dj, um blogueiro, um influenciador digital ou simplesmente começar a cantar em frente a uma câmera ou do próprio smartphone e postar nas redes sociais, podem dar respostas bem mais rápidas do que começar a desenvolver um estudo com um instrumento musical. Baseado neste comportamento, resulta uma curva que certamente afetou nas vendas de guitarras e violões em todo mundo.
O jovem pede para o pai uma guitarra ou violão, na maioria das vezes é dado um instrumento mais barato para ver se o jovem tem aptidão ou não. Se der certo – e para aprimorar os estudos- ele muda de uma guitarra de entrada para uma mais cara. Com a evolução, ele exige um instrumento melhor e sobe mais um nível no estágio e assim, suscetivelmente ele vai galgando degraus até chegar nas linhas mais caras do fabricante de sua preferência, no caso a Gibson.
Com a interrupção dessa cadeia no início dos anos 2000, podemos visualizar uma curva decrescente até 2017 devido a ausência dos jovens que iam trocando seus instrumentos até chegar no topo da pirâmide das guitarras e violões, o que afetou toda a indústria de instrumentos musicais no mundo, principalmente para os fabricantes de guitarras, e, por consequência, um duro golpe também na indústria do rock and roll.
Apesar do muito que se escreveu e especulou sobre o fim do rock’n’roll daqui a alguns anos, não se esqueçam que uma recuperação judicial não significa o fim, e mesmo que a Gibson não sobreviva, ainda temos um timaço composto por Fender, Suhr, Ibanez, Gretsch, Jackson, ESP e mais um universo de Gibsons usadas para vender. Por isso e muito mais afirmamos que o rock and roll jamais morrerá.
Espero que tenham gostado e a gente volta no próximo mês com mais novidades no mundo da música e do rock and roll.
2 comentários
Outro Excelente Texto, porém, precisamos aqui conversar… Tenho um monte de provocações… rsrsrsrs 😉
Olá! Agradeço a mensagem. Como posso ajudá-lo?