Na rotina do consultório, quando conversamos sobre toxina botulínica (Botox®, Dysport ®, Xeomin ®etc), noto que a maioria absoluta dos pacientes conhece apenas a aplicação com o objetivo de embelezamento. Nada para se estranhar, afinal este foi mesmo o procedimento estético minimamente invasivo mais procurado entre as brasileiras no ano de 2019, seguido pelo preenchimento e pelo peeling. Porém, muito além disso, estudos recentes têm mostrado novas indicações de uso, inclusive para tratar doenças da pele e de outras áreas médicas.
Com resultados interessantes, pouco invasivos, duração média e efeito totalmente reversível com o passar do tempo, esta toxina é um substrato obtido de uma bactéria, capaz de modular a contração dos músculos específicos onde ela pode ser aplicada. Para garantir a segurança, é primordial que o médico aplicador tenha bom conhecimento de anatomia humana, ética profissional, senso estético e, sobretudo, expertisse para tratar eventuais complicações.
A sessão de aplicação dura em média 30 minutos, quando são promovidas injeções nas áreas-alvo, sendo que o efeito começa a ser percebido dentro das primeiras 48 horas e atinge seu pico de ação em torno de 15 dias. A duração dos resultados varia em média 4-6 meses, dependendo das propriedades da toxina e das características do local da aplicação. Por exemplo, costumo explicar a meus pacientes esportistas que a durabilidade do tratamento pode ser menor que nos não-atletas, por causa da maior atividade imposta aos músculos.
E dói, doutora? Sabe aquele ditado “De graça, até injeção na testa”? Pois bem, dependendo do local aplicado pode incomodar, principalmente na primeira vez que se submete ao procedimento, mas costuma ser bem tolerável! Já nos tratamentos seguintes, realizados idealmente a cada 6 meses, percebo que os pacientes lidam melhor com a sensação das punturas. Raramente, hematomas sutis e assimetrias transitórias podem acontecer, porém são efêmeros e pouco significativos frente ao alto grau de satisfação observado.
Há quem considere o valor do procedimento como desvantagem, porém é certo que segurança, eficácia e naturalidade dos resultados estão intimamente ligados à qualidade da toxina, ao seu manejo adequado e também à experiência do dermatologista aplicador.
Seja para prevenção ou para tratamento de rugas de expressão, posicionamento de sobrancelhas, melhora de contornos faciais e do sorriso gengival, amenização do bruxismo, de assimetrias musculares ou da hiperidrose localizada (nas axilas é maravilhoso!), o emprego da toxina botulínica tem levado a resultados cada vez melhores, além de ser uma nova alternativa para tratar também determinadas doenças de pele, possibilitando mais opções terapêuticas aos pacientes.
Enfim, posso afirmar que a toxina botulínica é, sem falsa modéstia, uma verdadeira “palha de aço” do dermatologista atual: mil e uma utilidades!
Quer saber mais? Deixe seu comentário e até o próximo post!
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4 comentários
Dra Renata,amei sua explicação e esclarecimento.
Obrigada
Excelente, minha Dra.! E seguimos na beleza madura dos 40. Obrigada por me deixar sempre feliz comigo mesma.
Muito legal!!!
Também achei! Nossa cidade tem muitas atrações culturais!