Se existe uma queixa que é relatada no consultório absolutamente todos os dias, essa é ACNE. Popularmente conhecida como “espinhas” ou “cravos”, essa doença altamente prevalente pode acometer, em graus variáveis, até 85% dos adolescentes.
Mas se engana quem pensa que, com o passar da idade, está livre de apresentar este quadro. É muito importante entender que pode haver persistência ou mesmo surgimento dessa desordem na idade adulta e que chamam atenção dois grupos específicos, cada vez mais observados na atualidade: acne nos pré-adolescentes, por volta dos 7 aos 11 anos- talvez pela puberdade precoce- e acne da mulher adulta, acometendo as mulheres que estão acima dos 25 anos e razão de incômodo cada vez mais frequente entre nós, belas mortais.
Então o que é e quais as causas da acne?
Trata-se de uma inflamação de caráter crônico, dessas que melhoram porém podem incidir novamente, atingindo mais frequentemente rosto, dorso e colo e desencadeada por vários fatores, tais como:
- Herança genética, havendo diversos genes envolvidos na predisposição à acne;
- Alteração no processo de produção e de eliminação da queratina do interior dos “poros”, levando à retenção da mesma e à formação dos “cravos”;
- Maior estimulação hormonal local, nas glândulas sebáceas (estruturas que produzem o sebo da pele), além de mudança na composição do sebo, que então torna-se menos protetor ,favorecendo uma maior penetração de bactérias e substâncias pró- inflamatórias dentro da derme, levando à irritação local e ativação de reposta imunológica inflamatória;
- Alimentação com excesso de alimentos com alta carga glicêmica, associada ao aumento dos níveis do hormônio insulina no sangue;
- Uso de cosméticos que obstruem os “poros”, ditos oclusivos ou comedogênicos, que propiciam a formação dos “cravos”;
- Estresse emocional, que está associado à produção de substâncias pró-inflamatórias pelo corpo.
Dessa forma, analisando o estilo de vida atual, concluímos que alimentação inadequada, uso de cosméticos, medicamentos e suplementos sem uma prescrição direcionada, fatores emocionais e também poluição têm contribuído e muito para a prevalência da acne e, ao contrário da tendência genética, estes fatores podem ser manejados. Para tal, é necessário um correto diagnóstico dermatológico, acompanhamento e uma rotina de tratamento e manutenção individualizada.
Uma vez li essa frase em algum lugar: “minha cara tem mais espinhas do que vergonha”. Logo pensei: que espinhas e vergonha que nada! Onde houver vontade de melhorar, uma boa relação médico-paciente, dedicação e melhoria da qualidade de vida, podemos ter a acne sob controle!
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