É muito comum os pacientes relatarem que se sentem frustrados com suas cicatrizes de acne, e que se arrependem por não terem buscado uma adequada abordagem dermatológica nas fases em que tiveram quadros de acne ativa.
Realmente é muito importante que se faça tratamento das lesões enquanto estão na fase de atividade, tanto no sentido de reduzir a cascata inicial do processo, com a formação dos “cravos”, quanto controlar sua progressão para lesões mais graves, vulgo “espinhas”. Afinal de contas, são exatamente essas que, se muito inflamadas, podem evoluir para as temidas cicatrizes pós acne, permanentes e muito indesejáveis!
Portanto, devemos sempre ter em mente: a acne de hoje pode se tornar a cicatriz de amanhã. Sendo assim, o ideal é realizar acompanhamento precoce, desde a detecção de que há uma tendência para tal. Lembrando que podemos ter acne em qualquer idade, por diversas razões, podendo levar a cicatrizes a qualquer momento.
Outro ponto considerável sobre as cicatrizes de acne é que elas se tornam mais aparentes com o passar do tempo pois, conforme envelhecemos, mais flacidez de pele manifestamos e assim mais destacadas elas ficam. Ninguém merece mesmo!
Contudo, com o avanço das técnicas dermatológicas, tais inestéticas “marcas” podem ser muito bem amenizadas, sendo crucial uma abordagem concomitante da acne em atividade, se este for o caso e, especialmente, a indicação de um esquema de tratamento baseado no tipo de cicatriz presente.
E aqui mora o “pulo do gato” da questão: a eficácia depende de uma correta classificação do tipo de cicatriz apresentada pelo paciente. Ou seja, cada uma tem um tratamento específico cuja resposta depende de um bom diagnóstico especializado inicial. Voilá!
Dessa forma, após corretamente classificada, o dermatologista indicará um protocolo de tratamento, com explicação do tipo de cicatriz, da técnica proposta, do mecanismo de ação, do tipo de anestesia e dos efeitos esperados a médio e longo prazo.
Dentre as possibilidades terapêuticas atuais estão: cirurgia dermatológica, dermoabrasão, subincisão, infiltração, aplicação de ácidos específicos, injeção de preenchedores e de bioestimuladores, peelings específicos, indução percutânea por agulhas profundas sob bloqueio anestésico (microagulhamento médico), laser dentre outras.
Seja isoladamente, seja em associação, tais procedimentos apresentam eficácia comprovada e normalmente dependem de uma correta classificação, um bom preparo da pele, número de sessões, dedicação e especialmente de uma boa relação e entendimento entre médico e paciente. Enfim, não precisa ser um “bicho de sete cabeças”!