Ô sol, vê se enriquece a minha melanina, só você me faz sorrir…
Como bem lembrado pelo cantor, não só por efeitos nocivos se responsabiliza a energia emitida pelo Astro-Rei. Na verdade, a radiação ultravioleta solar produz tanto efeitos benéficos quanto maléficos ao ser humano, que devem ser conhecidos e avaliados individualmente.
Dentre os pontos considerados positivos estão promoção de bem-estar emocional, físico (parêntesis para a cultura estética do bronzeamento) e síntese de vitamina D, que é inicialmente produzida mediante a absorção de radiação ultravioleta solar através da pele.
Tal substância, tradicionalmente conhecida como auxiliar na absorção do cálcio e fortalecimento dos ossos, tem ganhado relevância pelos supostos indícios de que sua deficiência estaria associada a uma considerável lista de doenças, tais como cardiovasculares, autoimunes, infecciosas, problemas na saúde reprodutiva e determinados cânceres.
Em contrapartida, a radiação ultravioleta solar é considerada o principal fator ambiental de risco ao desenvolvimento do câncer de pele que, dependendo da gravidade, pode ser letal. Além disso, a exposição solar inadequada pode ser crítica para o desencadeamento de catarata, queimaduras, lesões pré-cancerosas, lúpus eritematoso, urticária solar, doenças bolhosas, envelhecimento precoce, dentre outras dermatoses.
Mas então, como equilibrar prós e contras e nos expor sem errar a dose? Ora, até que eventualmente se tornem diferentes, seguem as orientações atuais baseadas nas últimas evidências: já que a produção de vitamina D através do sol que chega à pele depende de doses relativamente baixas de radiação solar, em pequenas áreas expostas do corpo como couro cabeludo e palmas, mesmo através de roupas leves e que não é preciso deixar de aplicar protetor solar para absorver os raios solares necessários, que assim seja.
Importante dizer que há situações individuais patológicas em que, mesmo havendo exposição solar de forma racional e recomendável, os níveis de vitamina D da pessoa permanecem baixos. E não há excesso de sol que corrija, pelo contrário, tal prática pode levar desde uma queimadura ou uma baita insolação até, infelizmente, a indução ao câncer de pele. São casos que, além da exposição solar orientada, normalmente demandam suplementação de vitamina D e acompanhamento médico.
Caro leitor, a cada dia que passa, percebemos que certos hábitos apresentam vantagens e desvantagens que são variáveis, dependendo das necessidades de cada pessoa. Para saber qual é a indicação de exposição solar mais adequada ao seu estilo de vida, é recomendável aconselhamento com o médico dermatologista. Com consciência, responsabilidade e bom senso, o sol nasce para todos!