Se uma pessoa com a qual você se relaciona está diminuindo suas conquistas, te humilha, apresenta frequentes crises de ciúmes ou até mesmo controla suas ações, crenças, gostos e sempre coloca você como culpada da situação, saiba que você pode estar sendo vítima da Violência Psicológica.
A Violência Psicológica se caracteriza por uma conduta de discriminação, depreciação ou desrespeito mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, agressão verbal e xingamento, ridicularização, indiferença, exploração ou intimidação sistemática (bullying) que possa comprometer seu desenvolvimento psíquico ou emocional.
As ações desse agressor são tão sutis que a vítima se sente confusa quanto à violência, ou não, se sente envergonhada de relatar às pessoas próximas o que está passando e, pior, se sente insegura de buscar apoio de profissionais competentes no assunto, que ajudarão a vítima a perceber o abuso com mais nitidez e se livrar dessa violência.
Estes abusos emocionais acontecem tanto nas relações amorosas, quanto nas interpessoais, na família, entre pais e filhos, entre colegas de escola (bullying) e no trabalho (assédio moral). Não obstante, o maior percentual de vítimas sejam as mulheres, idosos e crianças, os homens também sofrem dessa agressão. A violência psicológica não é praticada por um único gênero, e sim por uma pessoa.
Qualquer pessoa pode ter um comportamento característico de violência psicológica com outra, em algum momento, porém os perfis legítimos desta violência, aqueles que se relacionam reincidentemente por meio destes comportamentos, são os narcisistas perversos e os psicopatas, bem como, em menor grau, aqueles com perfis radicais, como exemplo: os racistas e machistas.
O primeiro passo para reconhecer e diagnosticar a existência da violência é você buscar informações, conversar sobre o assunto, pesquisar e se conscientizar que ela existe. Outro ponto é perceber que, quando houver medo e ansiedade constantes sempre que o outro estiver por perto, é bom abrir os olhos. Agressor e vítima têm perfis característicos a serem identificados.
O agressor tem o dom de levar a vítima a sentir uma culpa tremenda, uma sensação de impotência, chegando até, dependendo do grau, a perder sua saúde mental e física. Podem ser desde pequenos sintomas como alteração no sono, distúrbios alimentares, tristeza, até sintomas mais graves como uma depressão, ansiedade e, em um grau elevado, a pensamentos suicidas.
No início da relação o agressor é a uma pessoa encantadora, vai conquistando devagar, com seu jeito amoroso, doce, um pouco “criança” desamparada, muito solícito e educado. Disposto a te amar pela eternidade e a realizar todos os seus sonhos. Se diz sempre sendo injustiçado, ninguém o entende, nem a própria mãe o ajuda, só você (parceiro (a)), ele lamenta que os amigos o abandonam, que todas as outras relações que teve as pessoas foram ruins com ele. Ele te coloca como “A” a salvadora, ele não vive sem você, você é um presente dos céus, ele nem acredita que existe pessoa como você e, ainda, está na vida dele. Mas ao mesmo tempo…….
Ele apresenta reações de intolerância, sua vontade e sua opinião têm que prevalecer ou, se não, ele se torna agressivo, ressentido, ofendido e pouco educado. Ele tem que sentir que ele é quem está no comando. Começa a humilhar, a confundir a visão da vítima quanto a real situação, começa a proibi-la de conviver com amigos e familiares, chantageia, a coloca como incapaz e lhe provoca medo. Faz com que ela se sinta culpada por coisas que nem sequer fez; ou coisas que fez, mas que não são necessariamente ruins ou graves. Uma atitude típica é em relação a questão sexual. Ele faz greve de sexo, porém de uma forma a deixar claro que é pela sua ofensa ou seu mal comportamento e não dele.
Também faz críticas maldosas, acusações, xingamentos, ofensas, desprezo, ironia, ameaças veladas, silêncio como forma de punição, controle de todos os passos da vítima, frases ditas com o propósito de confundir, tais como: eu não quero ouvir de novo, você está ficando doida, não foi isto que disse! Nada disso aconteceu! O que você viu (ou ouviu) não é verdade! Você sempre distorce o que eu falo, nossa, como você é exagerada! Não há motivo para tanto, você está me ofendendo, você não se porta mais como minha mulher.
Ao longo do tempo, esses comportamentos vão minando a autoestima, a clareza de ideias e o equilíbrio da vítima que passa a se perguntar: qual o problema tem comigo? Eu não estou correspondendo ao amor que ele está me dando, com tanta dedicação. Ela se pergunta várias vezes: “Eu sou sensível demais? ”, constantemente se sente confusa ou até mesmo maluca, está sempre pedindo desculpas ao agressor, não entende por que, com tantas coisas aparentemente boas na sua vida, ela não está mais feliz, tem dificuldade para tomar decisões fáceis e sente que não consegue fazer nada certo. Ela vai perdendo o equilíbrio necessário para se ter uma vida plena.
A vítima, por sua vez, pode ser qualquer pessoa, porém as que são as de perfil mais inseguro, com menos amor próprio, são aquelas em que a dor do abandono se instalou e a fez desconectar-se de si, ela acha que só se preenche no outro, elas são mais propícias a viver essa relação e tem dificuldade de identificar a violência e de tomar alguma atitude a seu favor. Esta pessoa, mais propícia a ser vítima de violência psicológica, é aquele que se preocupa “exageradamente” com quem se relaciona, dificilmente falará um não para o outro, pois sente que precisa agradar, prestar favores para ser amado. A violência psicológica só encontra eco em pessoas carentes de autoconhecimento, autoestima e autoamor.
O início da cura dos males causados por uma violência psicológica é ter a consciência de que ela está ocorrendo a violência, depois reavaliar sua vida e ir em busca de um profissional competente para ajudá-lo – na área da psicologia, ou da psiquiatria e, em alguns casos, da advocacia.
Porquê? Porque por meio do autoconhecimento você se fortalece, potencializa o autoamor, se torna uma pessoa mais segura e com alta capacidade de tomar decisões e de separar o que é do outro e o que é seu. Você vai aprendendo a identificar suas emoções, nomeá-las e resignificá-las. A AUTOESTIMA te fortalece e o AUTOAMOR cura.
Se você se enxerga numa relação desta, ou conhece alguém, não se cale, acione o Sinal Vermelho – PEÇA AJUDA – TUDO PODE TRANSFORMAR.
Vamos conversar?
ANA CRISTINA
Psicóloga e Coach de Relacionamentos.
(31) 98763-1734