Aprendemos que quando erramos merecemos ser punidos, para que através da culpa possamos acertar no futuro, desta forma muitas vezes nos sentimos humilhados e acreditamos que merecemos isso.
Mas como essa crença foi construída dentro de nós?
Gostaria que buscasse em sua memória, quando criança, como seus responsáveis agiam com você quando não fazia o dever de casa, quando quebrava alguma coisa ou quando entornava algo no chão.
Se você faz parte do público que nasceu até os anos 90 é bem provável que você tenha sido punido por cada erro que cometeu, pois errar era inaceitável. Mas, você conhece alguém que nunca cometeu erros? Alguém que aprendeu e cresceu sem viver experiências de tentativas e erros? Eu realmente não conheço.
E hoje gostaria de te convidar a enxergar os erros como oportunidade para aprender. Quando podemos olhar para nossos erros e nos acolher, porque compreendemos que errar faz parte da nossa humanidade, isso abre um espaço no nosso coração para que, sem sentimentos de culpa e autopunição, possamos avaliar o que foi possível aprender com esse erro: ter falado com alguém que amo de uma forma que eu não gostaria ou ter escolhido fazer um curso que não fala de mim.
Jane Nelsen diz “Toda criança age melhor, quando se sente melhor “.
E você, também é assim?
Ainda que sua resposta seja sim, estamos presos a ideia absurda de que para nossos filhos se comportarem melhor precisamos fazê-los se sentirem mal, tristes e humilhados. E apesar de muitas vezes querermos fazer diferente, nos sentimos perdidos por não conhecer outro caminho.
Cada vez que os nossos filhos erram, cada vez que apresentam um comportamento desafiador, nós, pais, temos a oportunidade de ajudá-los a aprender e a desenvolver habilidades de vida. Cada vez que nossos filhos ficam enfurecidos e gritam, batem ou atiram coisas ao chão, podemos ajudá-los a desenvolver a habilidade do autocontrole. E assim é com cada erro e cada mau comportamento.
Uma frase que criei e faz muito sentido para mim é “Quanto mais livre sou para ser imperfeita, mais livre me sinto para ser eu mesma.”
Investir tempo em conhecimento para cuidar de quem mais amamos, não tem preço.
Sheila Alexandre Firmino
Psicóloga Infantil
Educadora Parental
3 comentários
Ótima reflexão!!!
Quantas vezes agimos desse mesmo “jeitinho”, com os nossos filhos, e nem percebemos o mal que causamos. Maravilhoso refletir e ter a sensibilidade para fazermos a diferença.
É mesmo. Temos que ficar atentos porque as crianças carregam consigo o que vivem na infância.