A Clamper, fabricante de itens eletrônicos, está em processo de transferência de sua unidade para o aeroporto e tem previsão de iniciar suas operações em julho
O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, anuncia a primeira empresa que irá operar dentro do Aeroporto Industrial, um projeto inédito no pais que será inaugurado em breve. A Clamper é, fabricante de itens eletrônicos que, até então, tinha sua unidade fabril em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O Aeroporto Industrial é um projeto que tem o objetivo principal de aumentar a competitividade das empresas brasileiras no contexto internacional e atrair investimentos externos para o Brasil.
O primeiro Aeroporto Industrial do Brasil conta com uma área disponível de 750 mil metros quadrados. O número de empresas que poderá abrigar depende da área que cada uma demandará. De toda forma, há uma expectativa de atração de cerca de 250 empresas, ao longo dos próximos anos, o que tende a gerar milhares de empregos e renda. O projeto contempla áreas comuns, como vestiário, business center, refeitório, entre outros.
Segundo Marcos Brandão, diretor-presidente da BH Airport, assim como a Zona Franca de Manaus foi uma iniciativa inovadora na década de 60, o Aeroporto Industrial é um projeto pioneiro em Minas que refletirá, principalmente, na consolidação de um ecossistema de desenvolvimento e atração de empresas para toda a região do Vetor Norte e Metropolitana de Belo Horizonte. “Temos potencial para receber investimentos privados da ordem de R$ 3,5 bilhões nos próximos anos, considerando a soma dos investimentos de cada uma das empresas que aqui se instalarem. Estamos em uma região estratégica, com localização geográfica privilegiada, que favorece a consolidação de um hub de negócios na região”, avalia.
O que é o Aeroporto Industrial
O Aeroporto Industrial é destinado, principalmente, à instalação de empresas que tenham como foco principal a exportação de produtos manufaturados, utilizando matérias-primas importadas em seu processo produtivo. Ao manufaturar seus produtos dentro do Aeroporto Industrial, as empresas terão os benefícios das isenções fiscais quando exportarem seus produtos acabados. Além disso, terão a facilidade de importar matérias-primas e exportar sua produção utilizando o modal aéreo para acessar mercados internacionais e nacionais de forma rápida, eliminando o custo e o risco com o transporte rodoviário em seus processos logísticos.
Clamper: a primeira empresa a se instalar no Aeroporto Industrial
A Clamper é a primeira empresa que irá operar no Aeroporto Industrial. Fundada em 1991, oferece ao mercado soluções para proteção de equipamentos eletroeletrônicos contra danos causados por raios e surtos elétricos. A companhia já iniciou o processo de transferência de suas instalações de Lagoa Santa para o Aeroporto Industrial. A previsão é iniciar as operações em julho.
Para Ailton Ricaldoni Lobo, fundador da companhia e presidente do Conselho de Administração da Clamper, é uma alegria ver um sonho ser realizado. “Estamos honrados de ser a primeira empresa a se instalar no Aeroporto Industrial. A Clamper sempre teve interesse em participar do projeto, desde que ele começou a ser pensando, há dez anos. A liderança do Marcos Brandão fez toda a diferença para que pudéssemos estar aqui hoje. Houve uma mudança de postura para transformar o Aeroporto Industrial em um projeto inovador e tirá-lo do papel. Com isso, passamos a acreditar que tudo isso aconteceria”, ressalta.
Ele explica que a proposta prevista para o Aeroporto Industrial evoluiu muito e é exatamente o que ele buscava no mercado. “Agora, temos à disposição uma prestação de serviços e soluções logísticas de acordo com a nossa necessidade, é algo diferenciado. Sabíamos que o nosso produto tinha aderência para estar nesse ambiente e não tenho dúvidas que é um casamento com futuro promissor.”
Ganhos em logística e mais segurança
Para que o Aeroporto Industrial se transformasse em realidade foi preciso cumprir uma série de exigências. Entre elas, a obtenção de certificado da Receita Federal, que credencia a operação. Com a homologação do sistema de gestão do processo alfandegário junto à Receita, se tornou possível garantir a conexão das empresas que forem atuar no aeroporto com o órgão, o que traz ganhos em logística e mais segurança.
Orlando Soares dos Santos, superintendente-adjunto da Receita Federal, ressalta a relevância do Aeroporto Industrial. “É um feito que a administração aeroportuária, a Receita Federal e a comunidade de comércio exterior de Minas Gerais perseguem desde os anos 2000. E isso acontece graças a uma visão ecossistêmica da Receita Federal, em parceria com as demais autoridades aeroportuárias, com a administração do aeródromo e com a participação efetiva do governo do Estado de Minas Gerais, em que criamos um ambiente e condições para melhorar a competitividade dos nossos operadores no comércio exterior e para a melhoria do ambiente de negócios”, avalia.
Sobre a BH Airport
A BH Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) formada pelo Grupo CCR, uma das maiores companhias de concessão de infraestrutura da América Latina, e por Zurich Airport, operador do Aeroporto de Zurich, o principal hub aéreo da Suíça e considerado um dos melhores aeroportos do mundo, além da Infraero, estatal com experiência de mais de 40 anos na gestão de aeroportos no Brasil, que tem 49% de participação.