Não, definitivamente, não dá para comparar. Mas, a imagem das águas transparentes do Lago Faaker See, na Áustria, retomam à memória quando visitei, pela primeira vez, a Lagoa Central aqui em Lagoa Santa em 2018. O cérebro tenta sobrepor, como uma celulose fotográfica, cenas daquela paisagem feita em uma viagem em 2011 com a do cenário atual, tão deslumbrante quanto. Mas como já disse, não tem comparação.
O que tem esta cidade mineira que tanto fascina senão sua lagoa. Percorrer seus 8 quilômetros de orla em uma caminhada é despertar para o prazer. É desfrutar da paisagem que aponta nuances de cores refletidas no espelho d ‘água. É celebrar o pôr do sol escarlate se derretendo nas águas calmas de um fim de tarde. É possível apreciar garças, corujas, capivaras, e até o jacaré Alfredo – personagem icônico e lendário – em dias de céu de um azul cintilante de belo.
Se ela, a Lagoa Central, é o cartão-postal, o registro do ontem-hoje-amanhã, por que então, em alguns pontos, encontra-se tão mal-tratada? Garrafas pets, sacos e embalagens plásticas flutuam nas margens como se fossem normais de estarem alí. O piso, em vários trechos, torna-se obstáculo para os praticantes das caminhadas – irregular, com buracos de um lado e elevado em outro, o risco de queda é constante. A prática esportiva faz com que o prazer se transforme em temor. É o que nos sugere uma voz inconsciente: sejamos vigilantes e em total alerta. Olha quem nem falo da falta de uma ciclovia. No mundo de hoje, desprezar a importância de espaço reservado às bikes é virar as costas para o bem-estar social.
Quando a pandemia passar, Lagoa Santa poderia retornar ao título de “Balneário do Vetor Norte”. Ou ir além, ser muito mais: poderia ser a Faaker See mineira com prainhas, autorizar passeios de barcos, lanchas e pedalinhos. Em uma visão futurística, poderia ter um beach club flutuante como uma ilha artificial no centro da lagoa. Imagine ver o pôr do sol de lá? O turismo iria agradecer Vielen Dank ( Muito obrigado, em alemão autríaco).
Já nadou na Lagoa Central no passado? Desfrutou do Iate Clube nos tempos áureos? Gostaria de ouvir histórias do passado de como era os fins de semana na orla da Lagoa Central. Será um prazer relatar o registro daquele na cidade. Me mande um e-mail: carlosaltman@gmail.com